Olhos de Prata

" Meus pés pesavam sobre o piso vermelho do corredor B, uma corrida implacável. Ao ver um armário do meu tamanho escondo-me nele com os sons estridentes atravessando meus tímpanos, ferindo-me. Prendo a respiração ofegante que saia de minhas narinas, o fervor do medo transpassava minhas veias em forma de suor que escorria pela minha testa. Um sentimento de cansaço invadia meu ser de uma tal forma como nunca havia sentido, até que minha visão se embaça ao enxergar milhares de pontos de luz sobre meus olhos, enquanto isso meu coração batia sem compasso, até que perco a consciência.

A última coisa que pude me lembrar foi de seus olhos escarlate e logo depois sentir um golpe disferido de seu punho em meu rosto. Em seus olhos havia um prazer, prazer em ter me encontrado, em ter minha localização para levar-me à ela.

Eu clamava para que ele logo desaparecesse e eu pudesse me recuperar; Klaus sabe que não pode me matar pois ela quer-me viva, do contrário eu seria inútil. Seus olhos analizavam-me ao longo dos minutos, como se desejasse apreciar-me totalmente desprotegida e submissa ao que ele bem entendesse.

A última coisa que pude ouvir foi sua gargalhada. Ele caminhava gradualmente até a porta enquanto dava-se por vencedor. Antes de atravessar a porta principal ele virou-se, mandando um beijo no ar, tornando a rir, logo nos fazendo desaparecer na penumbra, enquanto me arrastava pelos braços.

- Parece que você não é tão forte assim não é, Eveline?.- Indagou sarcástico. Suas botas de couro tilintando sob o piso. Eu conseguia escutar o debater da corrente em seu pé esquerdo, a corrente que o prendia, que o mantinha longe. Longe de mim. Ele caminhava devagar, com certeza relembrando do quão esperto ele fora ao me atacar desta maneira. Klaus, eu ainda irei te levar à ele, você não perde por esperar."