Corte de Luz e Sombra - Duologia Bourgogne

"- Seus olhos são de um prateado que nunca vi. Por que são assim?

Aaliyah não havia decidido se achava Lucien um feérico curioso ou estupidamente intrometido.

- Porque não sou como você.

- O que é então? - Sua voz soava firme, diferentemente de quando estava com o Círculo Íntimo da Corte Noturna.

- Sou diferente de você.

- É só isso que irá me dizer?

Ela havia se decidido, aquele macho era estupidamente intrometido.

- Seria algo como Nesta?

- Nesta Archeron é venerada como divindade? Seria um alvo de grande admiração ou adoração formidável?

Espanto surgiu no belo rosto feérico.

- Então não, Nesta Archeron não é uma deusa.

- Deusa? - Foi sussurrado por ele.

- Surpreso, emissário?

Aaliyah se divertia com a confusão dele. Ela podia sentir os pensamentos confusos que passavam pela cabeça dele mas em momento algum ele sentiu medo ou insegurança diante de sua relação.
Talvez ela quem tivesse ficado surpresa.

- Mais alguma pergunta inconveniente?

- Por que você fala sozinha?

Aquela fora uma pergunta que fez Aaliyah arregalar os olhos. Sua surpresa devia ser visível já que Lucien disse:

- A escutei falando sozinha. - Ele parecia envergonhado pelo questionamento que fez.

- Eu não falo sozinha.

- Com quem fala então?

- Me diga Lucien, ser intrometido é característica de todos os feéricos? É interessante analisar como todos vocês, e suas sombras também, conseguem ser extremamente enxeridos.

As sombras, do macho feérico Azriel, faziam horas que a rodeavam. Dançando sobre os ares e distraindo as vozes que a guiam.

Aaliyah deu as costas para o filho do Grão-Senhor da Corte Outonal e se voltou para o canto mais escuro do ambiente, onde um feérico achava que se escondia.

- Possui alguma pergunta, mestre espião?

O illyriano surgiu de dentro da escuridão com as suas belas asas tensas.

- Seria Deusa de qual elemento?

Aaliyah permitiu expressar o sorriso mais largo que conseguia.

- Da morte