Neil o fitou diretamente nos olhos por segundos que pareceram minutos e minutos que pareceram horas. Andrew respirava ao mesmo tempo que se engasgava com o próprio ar de forma estúpida. Ele puxou suas mãos até que estivessem próximas ao rosto de Neil, o homem não se afastou e Andrew tocou um ponto específico em seus lábios. A textura ainda estava lá, da pele mais fina e cicatrizada do corte que Mary havia feito. Andrew se lembrava daquilo tão vividamente e de repente, estava tudo lá outra vez, as mãos de Neil, as palavras afiadas de Neil, conversas trocadas cigarros apagados, lençóis amassados e um colchão queimado. ... Ele saiu pela porta dos fundos. Ele se sentou em uma das escadas de emergência e não sentiu nenhum pensamento coerente passar por sua cabeça. Cinco anos atrás, Neil o havia olhado daquele mesmo jeito. Porém Andrew partiu primeiro, quando havia prometido que ficaria. Neil fazer isso agora, ele pensou, não era nada mais que justo. O carma era uma vadia, mas pagar por suas ações, não. E Andrew, de novo, esperou. -- Ou Andrew e Neil tem um amor de verão onde Neil vai e Andrew nunca sabe o porquê, ele descobre após um tempo, porém Neil não estava sozinho.