Entre arvores, lagos e animais selvagens. De longe se ouvia batuques de tambores, que aumentava até estremecer a terra. Os bichos se aglomeravam entre as arvores, no centro da floresta os índios dançavam, pulavam envolta da fogueira, gritavam nomes de deuses, e a cada grito, a cada batida à fogueira se erguia, parecia querer alcançar as estrelas. De repente se fez silencio, todos se abaixaram com a cabeça no chão, o fogo continuava a se erguer, como se tivesse vida. Quando alcançou tal altura, se apagou deixando apenas cinzas voando pelo céu. Fez se silencio não se ouvia nem mesmo as folhas dos galhos. Bem de longe alguém quebrava o silencio, vinha em passos calmos e serenos. Uma mulher vinha devagar em seu colo balançava um bebê que chorava fraco, quase sem voz. A mulher se aproximou da fogueira, pôs o bebê ali perto. A fogueira se reergueu e todos voltaram a dançar e a pular e gritar. Os tambores e animais se agitavam. Era então o nascimento de uma nova esperança. Essa criança cresceu, pois se passaram cinco anos. - Criança vem aqui! Dizia um Adulto. A menina corria sem parar pela aldeia, sempre se escondendo. Era difícil chamá-la, pois até então não possuía nome. Na cultura deles só poderiam obter nome se aos doze anos de idade conseguisse vencer o desafio, que somente o Deus do Fogo iria lhe propor. Quando essa menina fez doze anos, começou uma festa, com batuques gritos e uma fogueira enorme. No centro da fogueira surgiam olhos bem avermelhados, que se direcionava para a menina que se permanecia parada ao lado do fogo. De repente se ouvia uma voz dizer: - Olhos negros, vocês me enxergam? A menina se virou para o fogo. - Tu iras lutar pelo o que é bom, mesmo que tenha que esquecer quem você ama. A menina saiu correndo e o fogo subiu até as estrelas, iluminando a todos, que naquele momento pulavam dançavam.All Rights Reserved
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