Quando o sangue vira tinta

Tatuagem não são simples rabiscos, ou palavras de profanação, são sentimentos que habitam cada alma. São o oceano profundo de caos, confusão, abandono e arte.

Todos esses sentimentos fazem parte de alguém, e formam a maré que preenche e esvazia o coração como em um dia de tempestade, é o sentimento que acompanha a depressão, e a ansiedade. É aquele que assola a mente dos que se acham fracos, quando na verdade são os fortes, e sofredores, aqueles que são deixados de lado e só são notados quando outros precisam descontar suas frustrações neles, ou em qualquer "lixo" pela frente.

Eles são os poetas que foram obrigados a deixar de poetizar a vida, e lutar uma luta que não é deles, mesmo não querendo lutam guerras infindáveis. Sentem dores inimagináveis, não se ache no direito de julgar aqueles que são depressivos, ansiosos, ou que você classifica como suicidas os inferiores quando na verdade eles são fortes, aguentam tudo com um sorriso no rosto e a fachada que "esta tudo bem", por acharem que são fardos e não querem dar trabalho.

Eles são os desenhistas da alma ferida, são os tatuadores de sonhos e cicatrizes, veem as cores monocromáticas da vida, até preenche-las com a arte que existe na dor e no desespero, para que se tornarem uma cicatriz que a alma não é capaz de fechar, um marca de nascença que a vida se esqueceu de desenhar, mas a agulha não, ela foi precisa e deu forma as marcas, e o tatuador foi capaz de enxerga-las e ler a história que nelas contam, não com dor ou pena, mas sim com beleza. E o sangue virou a tinta que conta essa história que não se revela em simples palavras, mas sim com suspiros e lágrimas de dor e medo, mas ela está lá escondida sob um olhar vago, e ela vive dentro deles
como um desenho inacabado, um quadro não pendurado na parede de casa, mas se sabe que ele existe.

Mas tema quando um deles decide que quer justiça, porque eles querão vingança, serão frios e pacientes.