A natureza perturbadora dos manipuladores: a linguagem corporal dos psicopatas

Valter teve uma infância atípica. Ao invés de jogar bola com seus amigos e brincar de pique-esconde, foi ensinado por sua mãe a dissimular, ler a linguagem corporal, como microexpressões faciais, e a utilizar técnicas de persuasão. Isso, obviamente, lhe causou problemas e mal entendidos, já que não conseguia lidar com o peso de todo esse conhecimento. Na escola, ele tentou utilizar esse aprendizado para conquistar a garota mais linda da sala de aula, mas acabou ferindo-a. Foi então que o caos se instaurou; sua mãe desapareceu de sua vida, roubando a joia mais cara da família. Valter se tornou agressivo, incapaz de lidar com os sentimentos de amor/ódio por sua mãe. Seu pai, além de se tornar alcoólatra, queria que Valter assumisse, no futuro, o antiquário que estava quase falido, para continuar legado de seu avô, mesmo contra sua vontade. Além disso, ele despreza Paula, a melhor amiga de Valter, que o salvou da solidão, por ser pobre, e por acreditar que ela está envolvida no surto de raiva que seu filho teve, estragando seu próprio aniversário.

Anos depois, Valter está se preparando para terminar o ensino médio. Ao retornar à escola, reencontra Marcela, a mesma garota por quem estava apaixonado e que foi o estopim de todo o seu desespero no passado. Entretanto, diferentemente do que esperava, ela não se lembra dele. Parece que o destino está lhe dando uma nova chance, mas nada é tão fácil. No mesmo dia, ele conhece Henrique, alguém também habilidoso em linguagem corporal e táticas de persuasão , porém ele as utiliza sem nenhum pudor, ou moral, o que enfurece Valter, pois ele não deixaria aquele evento traumático acontecer de novo, já que Henrique tem o mesmo objetivo que o dele: conquistar Marcela.