Sapatos e Pessoas: Se não te servem, não são o teu número.
13 Partes Concluida Contenido adultoExistem alturas na vida em que a coisa fica feia. Descobres que aquele que
achavas ser o fundo do poço, afinal não é, porque a porra do fundo do poço fica sempre
um bocadinho mais abaixo. Mas sabes que mais? Também tu tens mais força do que
aquela que achavas que tinhas. Tens mesmo. Por isso se diz que o frio é sempre do
tamanho do cobertor.
Aquilo que eu descobri com a viagem interior que comecei (e continuo) é que podemos
(e devemos) aproveitar os "fundos do poço da vida" para nos impulsionarmos de volta à
superfície. Descobri que somos sempre mais capazes do que o que julgamos ser e que as
certezas que (achamos que) temos não têm nada de certo e é precisamente aí, nessa
capacidade de procurar mais perguntas do que respostas, que a vida se faz.
Descobri que quem não tem pé não pode dar coice, como diz a minha mãe. Isto trocado
por miúdos, quer dizer que cada um de nós só dá de si aquilo que tem lá dentro. Dar
mais ou menos depende de cada um, não de nós, por mais que gostássemos de poder
mudar isso. Aprendi a aceitar que não é possível (além de ser absolutamente
desnecessário e uma tremenda canseira) agradar a toda a gente e que aquilo que acham
que sabem sobre ti não é problema teu.
Quando a vida pega em ti e te deita ao tapete uma e outra vez, tens que lhe mostrar a tua
veia de "sempre em pé". Vais cair, sim senhora, esfolar mãos e joelhos mais vezes do
que gostarias, mas começas a levar cada vez menos tempo a levantar-te.
Vais saber escolher melhor os combates que valem a tua energia.
Chama-se resiliência e é a chave para uma existência feliz.