Em algum momento da existência, a Morte havia se apaixonado, algo impossível para ela. Os sonhos o levavam até seu filho que havia sido sua escolha não ver, pois o equilíbrio do universo dependia de como pessoas morreriam ou não naquele dia, e Azrael começou a achar aquilo uma bobagem em sua adolescência. Ele achava ridículo como um garoto de 17 anos tinha tanto poder em mãos e nenhuma vontade de o usar, e mesmo que tentasse, sabia o suficiente que se mexesse em um fio de uma morte programada poderia acabar com o universo todo. Mas algo lhe equivocou. Não viu a aura negra que sempre via em pessoas que morreriam, seja em dias ou em anos e décadas, não a viu naquela estranha família de olhos dourados. Não a viu na pequena garota de cabelos pretos e espetados e não a viu na figura alta de cabelos dourados como fios de ouro vindo diretamente de um conto de fadas. E aquilo o intrigou tanto a ponto de chegar a pensar que a Morte poderia não ser o que ele pensava, o que os seus poderes lhe diziam. Mas as sombras lhe sussurravam, pois um dia a morte seria ele, e ele se fundiria as almas que levava aos confins do manto que separava a realidade da Morte. Mas com aqueles dois a sua frente, não sabia mais se querer um dia ser o grande ceifador de almas era seu sonho.