Cássia sempre foi uma mulher de decisões firmes, como quem caminha por uma estrada bem traçada. Sua vida seguia com a mesma naturalidade com que acendia um cigarro, sem maiores questionamentos. Quando se entregava ao amor, o fazia com uma certeza absoluta. Podia errar em várias coisas, mas no amor ela sabia que nunca falharia. Ao pensar nele - o amor personificado -, tinha em seu coração a certeza de que ele era o seu lugar.
Ele, por outro lado, sentia um vazio profundo. Enquanto todos ao seu redor se entregavam ao amor com a facilidade de quem respira, ele não conseguia vivê-lo plenamente. Procurava, tentava se abrir, mas o amor parecia distante, como algo que não conseguia alcançar. O amor que sentia por Cássia, embora imenso, trazia-lhe mais medo do que alívio.
O mundo, às vezes, nos ensina da maneira mais dolorosa: tira de nós o que acreditamos ser nosso, aquilo que nos traz paz e segurança, para nos mostrar que, no final das contas, o controle nunca esteve em nossas mãos.