Felicidade se Constrói em Doses Homeopáticas

PREFÁCIO

Quando Carminha me pediu para escrever este prefácio, imediatamente me perguntei se estaria à altura desta missão. Lembrei-me do primeiro livro dela, contando a história do coral de sua igreja, um trabalho de pesquisa histórica de acordo com o que aprendemos na faculdade. Imaginei que este segundo livro seria algo na mesma linha, por isso a insegurança quanto a escrever.
Carminha me enviou seu livro por e-mail em partes, para me ajudar nesta tarefa. Lembro-me de uma vez ter dito à Carminha que ela não parava de me surpreender. E não foi diferente com este livro. Não se tratava de um trabalho histórico. Não se tratava mais de um registro profissional para iluminar as gerações atuais sobre o passado, trabalho que é muito caro a qualquer historiador. Tratava-se de um romance que abordava temas cotidianos do ser humano. Um romance simples e despretensioso. Confesso que, em vez de me ajudar, serviu para aumentar minhas dúvidas. Tornei-me, imediatamente, fã das personagens do livro, de suas histórias pessoais, passei a esperar ansiosamente os trechos que me chegavam por e-mail, curioso para saber o que aconteceu com cada personagem, se as hipóteses que construí diante de cada situação se revelariam corretas ou se o destino de cada um seria o mesmo que imaginei. Muitas vezes me enganei surpreendido pela simplicidade e despretensão de Carminha. Confesso que esta mesma simplicidade da história que Carminha estava contando foi o ingrediente que, logo de cara, foi o responsável por me cativar tanto. “Quem me dera que o mais simples fosse visto como o mais importante”, como dizia Renato Russo na canção Índios, é uma espécie de lema de vida que trago comigo.
Mas o que fazer com essa indecisão sobre escrever esse prefácio e, principalmente, como escrevê-lo? E foi com imenso prazer que descobri que Carminha sabe contar histórias. E gosta de contá-las.

Marco Antônio Passos