E eu ainda estou deitado, talvez um pouco morto, ou fatigado, sentindo o cheiro da chuva enquanto o frio beija meus pés descobertos. Ouço Of Monsters and Men, obervando o movimento do coração contra minha caixa torácica. Essa coisa gélida que as vezes penso ser minha alma se movimenta inquietamente dentro do meu corpo, dentro de mim tudo é úmido e orvalhado. As montanhas ausentaram-se de minha janela, foram engolidas pelo negrume de nuvens. Gotas se espatifam no chão lá fora; o véu de seda branca que cai do céu é confortante, como saber que o mundo pode desaparecer por um momento, como se fosse apenas a chuva e eu. Sucinto ao frio e embaçado à névoa, me perco dentro da anatomia de meu corpo. E enfim tudo se arrebanha com o restante do silêncio, me aconchego em mim mesmo e entendo, eu sou música, sou medicina, humano e garoa. Eu sou a tristeza.