Rúbia Quispe era a mais nova sensação do ramo musical. Com um estilo de roupas extravagantes e o cabelo cacheado cheio de mechas rosa-choque, finalmente conseguia ver seus sonhos de criança se tornarem realidade. Nos últimos três anos ela havia conquistado uma legião de fãs por toda a América Latina e mais alguns espalhados pelo resto do mundo, um álbum completo e a promessa de que sua primeira turnê internacional seria colossal. E estava dando tudo certo até que um probleminha com o coreógrafo a fez fugir do set onde haviam montado o palco em seu segundo dia de apresentações. Sair andando sozinha por uma cidade desconhecida em um país que não é o seu deve ter sido uma das ideias mais burras que Rúbia teve em toda sua vida. Mas a escolha mais imprudente do que pintar o cabelo com certeza foi se esgueirar para dentro de um estúdio de tatuagens. Ophelia Fernandes era conhecida por seus familiares e amigos por ser uma pessoa realmente marcante, só não sabiam dizer se era pelo nome de gente velha nada condizente com sua aparência ou se por sua personalidade. Ela não tinha muitas ambições na vida, gostava de desenhar e descobriu o amor por desenhar na pele das pessoas bem cedo. Com um pouco de ajuda da família, mesmo que não tenha sido realmente apoiada, abriu um pequeno estúdio de tatuagens e piercings com um amigo, onde poderia marcar pessoas pro resto da vida delas com suas artes e essência. Se um dia Ophelia sonhasse que ganharia um tipo de marca diferente na vida, não teria sido tão surreal quanto passar uma noite com uma cantora em ascensão.