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Desde que bruxas foram aceitas na sociedade, elas só tinham um dever: prover mais bruxas. A magia só passava para mulheres, toda primeira filha era bruxa, e gerar uma filha era o bastante para ser livre, e viver a vida que sentisse vontade.
Sirena queria a liberdade, mas a ideia de precisar casar é ter um bebê apenas para livrar-se da obrigação não lhe deixava feliz. Porém, estava se conformando com a ideia de um casamento por conveniência quando um incidente aconteceu.
O rei não tinha filhos, emendando um quinto casamento desesperado, a corte já se preparava para a chegada de seus possíveis substitutos, os gêmeos Adamo e Cayn, filhos da falecida irmã mais nova do rei. Os garotos, porém, não eram a opção mais querida.
Durante o nascimento deles, um que causaria a morte da mãe e das crianças, a rainha se sacrificou, doando a própria magia para as crianças, como uma forma de protegê-los. Os dois se tornaram bruxos, os primeiros em séculos.
Por 28 anos ninguém soube nada sobre eles além de uma característica marcante: o olho esquerdo lilás. A marca visível da magia.
Durante um ataque, no dia do quinto casamento do rei, Sirena acaba por salvar a vida de um dos príncipes. O rapaz não carregava memória de rostos, nomes ou lugares. Está sendo caçado pelo tio, e o irmão desapareceu.
No meio do caos, porém, uma solução. Sirena oferece a ele abrigo e um disfarce até a cerimônia em que o rei deveria apresentar a corte seu herdeiro, dali seis meses, onde a garota planeja apresentar o príncipe vivo para a corte. Em troca, o rapaz lhe concederia uma liberação real, lhe permitindo seguir a vida que quiser, sem a obrigação de uma criança. Era o acordo perfeito, ela apenas precisava manter o príncipe perdido, muito bem escondido.
Infelizmente, para Sirena, essa não seria uma tarefa fácil.
capa por: Kani Queiroz