Duas estrelas numa constelação

Luana estava sentada perto da janela, a luz fraca do sol brilhava nas suas mãos enquanto ela admirava a beleza do sol poente. À medida que o anoitecer se aprofundava, ela ouvia novamente o refrão que a sua avó sempre citava. ''O mundo não é mais bonito no escuro, Luana? Todos somos iguais, os rostos são invisíveis e apenas as almas brilham.'' (...)
Marco partilhava o mesmo sentimento nessa noite, antes de ir para a cama cantarolava enquanto separava as meias, os seus dedos separavam os padrões e as texturas com facilidade. Cada par trazia uma sensação de familiaridade, ancorando-o num mundo que às vezes parecia um quebra-cabeças. Os números dançavam diante dos seus olhos, giravam a recusavam-se a formar filas organizadas, mas as meias faziam sentido, na cabeça de Marco faziam sentido.