[...] "Você lembra daquela tarde, Carolina? Com as pernas sobre as minhas. Prometemos o mundo em um sofá. Você franziu - do modo característico - a testa quando eu disse que faria uma exposição dos seus detalhes, disse que não achariam de bom tom. Só a sua honestidade já era um detalhe que, se tangível, eu fotografaria. Mas você sabia que eu levava a ideia? E que quando conversávamos, a sua perna tocando timidamente a minha fazia uma bagunça aqui dentro? Você não devia saber, porque não sentia. Porque esse toque que me bagunçava era o mesmo comum para você. Porque esse jeito seu de falar perto de mim não te mexe. Porque teu olho só me vê, e o meu te enxerga. Porque tua voz me cega, e a minha só te chega. Você lembra, Carolina? Se lembrasse, ficaria."
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