Havia um som, que sobrepujava seus sentidos e dilacerava sua alma. Algo tão físico que nem mesmo conseguia descrever, muito menos, é claro, distinguir sua fonte. O que sabia, por outro lado, é que se nagava a aceitar aquilo que estava diante de seus olhos, quase como fosse a própria realidade colapsando diante de um erro tão grotesco que beirava ao incompreensível. Tudo parecia tão terrivelmente lento, tão distante. Sua visão estava se tornando turva e alguma coisa lhe arrepiava pelo mero e ardente escorrer por seu rosto. Mas então veio a dor, por seus tímpanos que poderiam se romper, pela contração violenta de seu coração e por sua própria garganta que com certeza havia se mutilado pela exigência de um desespero que nunca havia sentido. De um lugar mais tranquilo, onde sua mente se recusava a se interligar com esse pedaço de carne tão patético e frágil por sua própria sobrevivência, ela lhe forneceu um pequeno pedaço de com preensão do que estava acontecendo: Ah, então é assim que nós soamos com um grito de horror.
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