don't cry sinclair - wenclair

Amam-se como fogo que consome,
chamas que dançam entre prazer e dor,
num ciclo febril de paixão sem nome,
onde o ódio se curva ao calor do amor.

Olhares que rasgam, palavras cortantes,
mas nos toques, o mundo inteiro treme.
Entre beijos feridos e gestos hesitantes,
é desejo que queima e jamais se contém.

Brigam com fúria, tempestade insana,
mas logo a carne se rende ao embate.
São corpos perdidos, ardendo na chama,
o medo espreita, mas nunca os abate.

Há medo no fundo, um eco sombrio,
pois amam no abismo, no limite da razão.
Cada encontro é um salto no vazio,
cada beijo, o renascer de uma explosão.

Euforia os embriaga, e então o silêncio,
como um mar revolto que enfim descansa.
Mas no âmago, a tensão ainda pulsa,
promessa de um novo incêndio que avança.

Doentia é a dança, mas é só o que têm,
presos num laço que os sufoca e fascina.
Do amor que machuca, mas nunca os detém,
eles fazem seu altar e sua ruína.

- Wednesday Addams & Enid Sinclair.