Withered Flower (Flor Murcha)

O mundo de Marta circunscreve, basicamente, a escola e a sua casa. Tinha-lhe sido incumbida a tarefa de fazer o trajeto casa-escola e o inverso e, nos seus dias de intenso marasmo, pouco mais fazia para se divertir e recuperar a vitalidade que lhe minguava.

Sempre foi uma menina tímida, insociável, retraída, circunspecta e pouco loquaz, embora fosse detentora de grande sensibilidade e inteligência; e, como não pôde lograr de se livrar desses traços indesejados, a sua personalidade lúgubre e depressiva afincou-se bastante na adolescência. De súbito, a vida afigurava-se-lhe demasiado dolorosa, angustiosa e dolorosa. Aguardava-lhe um antro de sofrimento e de frustração.

Uma tão bela flor, a despeito do que erroneamente julgava, era apenas execrada por um inveterado inimigo: a sua própria mente, ignóbil e vil, que lhe toldava os pensamentos e que lhe esbulhava o seu desiderato ardente de felicidade.