Algo está errado. Draco Malfoy sente isso em cada passo que dá pelos corredores gelados da Mansão Malfoy. As sombras parecem mais longas, os sussurros mais próximos, e o peso de um segredo se arrasta pelos cômodos. As noites são inquietas, cheias de ecos que ele não consegue identificar, enquanto memórias nebulosas flutuam na beira de sua consciência. Há olhares que ele não entende, gestos não ditos e uma tensão silenciosa que ninguém ousa mencionar. Seus pais falam com ele como se estivessem sempre à beira de revelar algo terrível, mas recuam, como se o silêncio fosse a única coisa que os protege. Draco se pergunta se eles sabem o que está acontecendo com ele. E então, há Harry. Sempre ele, sempre presente nos momentos em que a realidade se distorce mais. Draco não sabe se é uma coincidência, uma provocação do destino, ou algo mais. O olhar de Potter atravessa suas defesas, o desafia, e ao mesmo tempo oferece um estranho consolo que Draco não consegue explicar. Há algo entre eles que nunca foi dito, mas que pulsa entre as sombras, algo que o puxa para mais perto, mesmo quando ele quer fugir. Talvez Harry veja o que ninguém mais vê. Ou talvez seja apenas mais uma peça do enigma que está se formando ao seu redor. !ATENÇÃO! Essa história contém cenas explicitas de agressão sexual e psicológica. Não leia se você for sensível.