11 parts Ongoing Em algum ponto sufocado das terras britânicas - onde a luz do sol se envergonha de brilhar e as florestas sussurram segredos malditos entre raízes torcidas - reina, com o punho erguido e o coração cauterizado, Sua Majestade Claire. Viúva não por fraqueza, mas por conveniência histórica, ela recusou-se a permitir que mais um homem nojento, desses que cheiram a poder vencido e porra azeda, encostasse o traseiro real no trono que ela, com suor e luto, reconquistou. "Nenhum rei respirará entre essas colunas", decretou - e o eco da frase tremeu colinas inteiras.
Ao seu lado, sempre com os olhos baixos mas o espírito em chamas, está Olivvie - uma serva com mãos calejadas, alma ferida, e um histórico de ser confundida com brinquedo por plebeus fedorentos que confundem desejo com direito. E embora o reino fingisse não ver, Claire via. E quando via, feria. Ninguém tocava Olivvie sem levar a memória da própria mão de volta em forma de cinzas.
Entre as duas, nasceu aquilo que os bardos jamais ousarão cantar - porque não há lira capaz de traduzir uma paixão moldada em raiva, ternura e um toque incestuoso de hierarquia perversa. Amor? Talvez. Tesão? Sem dúvida. Mas acima de tudo, uma conspiração afetuosa contra o mundo que tenta esmagá-las com coroas e correntes.
Agora, com os reinos vizinhos coçando as espadas e afiando decretos de guerra, Claire não teme. Porque o amor que ela cultiva - do tipo que brota entre espinhos e corpos partidos - não se ajoelha, não negocia, e definitivamente... não compartilha poder.