Quando poder e ganância se encontram, só existem dois possíveis resultados para essa receita: ou a pessoa mais bem-sucedida que você vai conhecer, ou um desastre.
Mas e se os dois resultados caíssem sobre a mesma pessoa?
E se a pessoa mais bem-sucedida que você conhece fosse também um desastre ambulante, arrastando para o esgoto tudo que vê pela frente?
Eu não conseguia acreditar que as chamadas recusadas, as mensagens ignoradas, os perfis bloqueados em todas as redes sociais e até mesmo uma fuga para não ser preso por invasão de domicílio tinham nos trazido até aqui.
Quando eu murmurei em um sofá, com álcool correndo freneticamente pelo meu sangue, que faria qualquer coisa para ter uma resposta sua, eu não imaginei que o universo pudesse ser tão filho da puta.
Eu não imaginei que ele pudesse rir da nossa cara, nos obrigando a viver a realidade um do outro, quase como se dissesse: sinta na pele tudo aquilo que odiou por tanto tempo e que agora deseja de volta. Veja se daria conta de viver essa vida.
E o pior: eu pedi por uma resposta, e ganhei cada vez mais perguntas.
Quem tinha começado com toda essa merda? Quem matou aquele filho da puta que, mesmo depois de morto, continuava me dando uma dor de cabeça desgraçada?
Eu tinha medo de que essa resposta pudesse nos destruir, fazer com que nunca mais conseguíssemos nos ver da mesma forma. Mas por quê, princesa?
Por que eu sentia que nenhum de nós estava pronto para desvendar esse mistério? E por que, mesmo sabendo disso, continuávamos incansavelmente buscando respostas, para a pergunta que me tira o sono:
Quem matou Hugo Bennet?