KELVIN Ele me acolheu quando eu não tinha outro lugar para ficar. Ele não me usa, me magoa ou se esquece de mim. Ele não me trata como nada, não me despreza, ou me faz sentir inseguro. Ele se lembra de mim, ri comigo e olha para mim. Ele me escuta, me protege e me enxerga. Sinto seus olhos em mim sobre a mesa do café da manhã, e meu coração dispara quando o ouço entrar na garagem depois do trabalho. Preciso parar isso. Não pode acontecer. Minha irmã me disse uma vez que, não existem homens bons, e se você encontrar um, ele provavelmente será comprometido. Só que o comprometido aqui não é Ramiro Neves. Sou eu. RAMIRO Eu o acolhi porque pensei que estava ajudando. Ele prepararia algumas refeições e daria uma limpada na casa. Era um acordo simples. Com o passar dos dias, porém, está se tornando tudo, menos simples. Tenho que parar de pensar nele e de prender a respiração toda vez que nos esbarramos pela casa. Não posso tocá-lo, e eu não deveria querer. Quanto mais me vejo cruzando o seu caminho, mais ele se torna parte de mim. Mas não estamos livres para ceder a essa atração. Ele tem dezenove (ou vinte e um) anos e eu trinta e oito. E sou pai do namorado dele. Infelizmente, os dois acabaram de se mudar para a minha casa. >> adaptação do livro birthday girl <<