Kanzak'i Leonor - filha única de um nobre influente, tão valioso para o Governo Mundial quanto para o Exército Revolucionário. Seu pai, Kanzak'i Hoshino, guarda segredos capazes de mudar os dois mundos. Mas é Leonor quem se torna o alvo.
Criada entre luxo e ignorância, Leonor sempre foi mimada, teimosa e protegida da realidade brutal que a cercava. Isso até se tornar uma peça central num jogo perigoso: a organização secreta a mando do governo planeja sequestrá-la, usando-a como isca para capturar seu pai.
Diário da Leonor -
Hoje, quase morri.
De cansaço.
Sabo me arrastou para um treino logo ao amanhecer, como se eu fosse algum tipo de soldado... ou vaca madrugadora. E o pior é que eu fui. Com olheiras, cabelo emaranhado e dignidade no nível subsolo.
Treinamos com bastões, mas por que bastões? O que tem de errado com uma boa e velha cama? Segundo Sabo, "preciso estar preparada para o inesperado". Como se o inesperado fosse aparecer atrás da cabana com um porrete.
E eu tropecei. Duas vezes.
Na segunda, ele riu. Riu. O comandante do exército revolucionário se divertindo com minha falta de equilíbrio. Eu devia estar ofendida, mas... ele ri bonito. Tipo, bonito demais. Inaceitável.
No fim, ele disse que eu estava melhorando. Ok, talvez isso tenha me feito sorrir um pouco. Só um pouco.
Ah, e ele caiu. Literalmente tropeçou numa raiz como um idiota cheio de si. Eu ri tanto que doeu. Acho que foi o melhor momento do dia. Não, da semana. Do mês? Enfim.
Foi leve. Divertido.
E por alguns minutos, eu não me senti presa. Não me senti como "a filha do nobre que precisa ser vigiada".
Me senti... Eu.
Mas aí eu lembrei que ele provavelmente me carregou até a cama ontem, depois de me ver chorando e dizendo coisas que agora me dão vergonha até no estômago. Deve ter ouvido tudo. Tudo.
Conclusão: vou cavar um buraco. Com colher, se for preciso. E morar nele até o fim da minha vida.
Ou talvez só fingir que nada aconteceu.
Com amor (e dores