Minhas palavras são como mantras As recito para acalmar o turbilhão que bate no peito e arranha a garganta com um nó embolado. Da minha boca não sai nada Me desmonto em quebra cabeça de palavras escritas Pra que esses pensamentos ocupem algum espaço fora de mim Já que por dentro, transborda. Devo dizer que o peito arde, assim como quando colocamos a mão no fogo. É queimadura de terceiro grau, sim E assim ele arde, queima no peito Enquanto escuto as batidas aceleradas me fazendo respirar pausadamente Como se isso fosse fazer parar de arder, fosse fazer parar de bater. Mas ele não para, ele grita, ele se agita, se manifesta desesperadamente Em uma tentativa falha de me alertar de que algo está errado. E está, tudo está errado a todo momento. A sensação de não pertencer, de que tudo está perdido Não me deixa em paz. Trazendo junto a ideia de que não importa o tempo que passe, não importa o esforço, a vontade Nada se encaixa Nada está livre do caos iminente que é viver. Caminho rumo à minha auto destruição.