O tempo estava acabando assim como cada particula de areia que escorria pela ampulheta, rumo ao fim daquilo que nem mesmo eu saberia dizer o que era, a cada queda era um vislumbre rapido e violento como o choque de uma batida.
E assim as vozes gritavam ao meu redor, enquanto eu sentia a duvida me engolir como uma imensidão escura da qual não conseguia escapar.
Não consigo me ouvir - as palavras richocheteavam fortemente em algum vazio dentro da minha mente.
Lembre se de quem você é - Citou Alaya olhando em minha direção torcendo para que suas palavras me atravessasse como um raio e me acorda se do transe.
Mas no lugar suas palavras partiram a verdade em pedaços estilhaçados.
eu não conseguia me lembrar de quem eu era, mas sabia que tinha um papel a desempenhar e isso não dependeria do pouco tempo que tinha, e sim da maneira como queria tocar a verdade que nunca enxerguei com os meus olhos e sim com os dos outros.
a ampulheta começava a rachar, e os gritos se tornavam vidrados, prestes a quebrar. Nada mais importava a não ser aquilo que eu sentia e ja sabia que estava prestes a chegar.
A areia jorrava como ouro enquanto meus olhos queimavam em um dourado crescente como o fogo, nada mais importava, então decidi que não lutaria mais com os braços amarrados para trás, e então eu acordei...