The road not taken (among the wildflowers)
Depois de quase vinte anos longe, Agatha se vΓͺ novamente no caminho de casa que deixou para trΓ‘s. Partiu como uma jovem cheia de sonhos e agora retorna Γ beira dos quarenta, carregando frustraçáes e angΓΊstias que jamais imaginou. A morte de Javier Vidal, que sempre foi um pai, a obriga a voltar para a cidadezinha em que crescera, mas o verdadeiro tormento nΓ£o tem anda a ver com essa perda e sim com os fantasmas do passado, especialmente Rio.
Agatha e Rio eram inseparΓ‘veis. Cresceram juntas, dividiram tudo e foram o primeiro amor uma da outra, como em um conto de fadas, aquelas histΓ³rias em que, ainda na infΓ’ncia, as almas gΓͺmeas se entrelaΓ§am. Mas enquanto Rio amava a vida na fazenda, os cavalos e o aconchego da cidade pequena, Agatha queria o mundo; sonhava com tribunais, livrarias imensas e cidades desconhecidas a serem exploradas. No fim, ela foi embora e Rio ficou.
Agora, ao retornar Γ sua cidade natal, Agatha se vΓͺ forΓ§ada a encarar nΓ£o apenas as consequΓͺncias do que escolheu para si, mas principalmente, daquilo que abriu mΓ£o. Rio tambΓ©m mudou. O tempo e a dor a fizeram crescer, ela ficou, mas nΓ£o Γ© a mesma pessoa. Apesar de compartilharem a cicatriz de um amor que um dia acreditaram ser tudo, nenhuma das duas Γ© mais a mesma pessoa. Elas nΓ£o se conhecem mais.
O que dΓ³i mais? O passado que deixamos para trΓ‘s acreditando num futuro incerto cheio de sonhos e expectativas? O tΓ£o esperado presente que se revelou angustiante, sem ter nada do esperado? Ou o peso de olhar nos olhos de alguΓ©m e perceber que todo o seu futuro, toda a sua vida, poderia ter sido diferente? A pior parte Γ© que a resposta para todos esses questionamentos se desdobra em outro: como fazer com que tudo seja diferente agora?
