Eu costumava desejar um amor como o dos filmes: perfeito, arrebatador, eterno... e, acreditando que isso provavelvente não aconteceria, costumava me apaixonar pelo impossível. Costumava ser como o eu-lírico de um velho poema que li há muitos anos que se apaixonava por tudo que estivesse distante, porque, enquanto estivesse longe o suficiente, nada causaria danos.
Até que, num dia tão monótono e sem graça como outro qualquer, você chegou em minha vida e iluminou tudo com esse seu jeito só seu de ser e eu, embriagada pela sensação gostosa que me envolvia sempre que eu estava ao seu lado, fui me deixando levar e, de repente me vi apaixonada pela imensidão dos teus olhos azuis e acreditei que talvez os filmes não fossem tão fantasiosos assim.
E então você partiu meu coração.
E depois me pediu para fingir que estava tudo bem na frente de nossos amigos porque não estava pronta para dizer que tínhamos terminado.
E eu?
Eu disse sim.
Porque um teatro do que costumávamos ter me parecia melhor do que nada, o contato superficial e as conversas forçadas soaram mais atrativas do que o silêncio que eu sabia que me ofereceria assim que a farsa acabasse e... para ser sincera comigo mesma, eu não queria abrir mão de você.