A história se passa no século XXI, no calor insano das ruas do Rio de Janeiro, onde o caos e a beleza se misturam como as cores de um grafite antigo. As telas das vidas dos cariocas são preenchidas por múltiplos parâmetros - de raça, religião, classe, e de tudo que se possa imaginar. Cada um carrega na mochila um mundo inteiro: são jovens que se fazem de tudo e de nada, que falam como se já soubessem o que é o futuro e, ao mesmo tempo, não sabem nem o que vão comer no dia seguinte. Aqui, ser 'normal' é ser insuportavelmente monótono, e o real é sempre um passo à frente daquilo que se espera.
A vida deles não é um conto de fadas, muito pelo contrário: é um jogo de sobrevivência e de convivência, onde vulnerabilidade é moeda rara e julgamento é a regra. Eles se descobrem no fio da navalha, na dança entre o que mostram e o que realmente são. Cada um com seu segredo, cada um com sua dor, tentando encontrar, no meio da loucura, algum sentido ou até uma desculpa para seguir em frente. Aqui, o que se vê é só metade da história, e a outra metade é tudo aquilo que ninguém tem coragem de dizer. Porque no Rio, como em qualquer lugar, todo mundo se esconde de algo - até de si mesmo.
E no fim, é tudo sobre ser real - e isso dói. Eles se trocam, se analisam, se desconstroem e tentam sobreviver a esse desfile de julgamentos. Mas é nesse vai e vem, nesse reconhecimento no olhar, que surge a chance de, ao menos por um momento, deixar de ser 'o outro' e se tornar alguém. E talvez, só talvez, seja isso que eles busquem: a chance de ser mais do que esperam deles.