A Palavra-Humana

"No princípio, o Autor descreveu os céus e a terra, mas essas palavras eram sem significado e vazias; e havia trevas no sentido delas. Então ele descreveu: 'que haja poesia'. E a carne se fez verbo."
Em uma narrativa que transcende os limites do tempo e do espaço, 'A Palavra-Humana' convida os leitores a mergulharem na vida de João, um escritor amargurado e estudante de literatura, cuja depressão o coloca em um confronto com a dimensão metafísica. Neste universo onde poesia e tecnocracia disputam o destino da humanidade, João encontra figuras emblemáticas como Carolina Maria de Jesus e o Senhor do Tempo. A obra se destaca por sua ousadia metaficcional, quebrando as barreiras entre a narrativa e o leitor, enquanto subverte convenções literárias tradicionais. Ela faz da linguagem um personagem central, desafiando as noções de realidade e ficção. Com influências de Neusa Santos, uma pensadora de extraordinária profundidade que eleva a compreensão da subjetividade negra tecendo a resistência como uma forma de poesia e transcendência, 'A Palavra-Humana' desafia convenções sociais e literárias, tecendo uma trama onde a resistência intelectual e a criatividade emergem como atos de poder. É uma história sobre a luta pela humanidade diante da opressão, vulnerabilidade e o que nos torna únicos.
Profundamente influenciado pela psicanálise lacaniana e pela filosofia existencialista de Sartre, este romance explora as complexidades do inconsciente através da dimensão metafísica, onde o sujeito é atravessado pelos significantes que moldam sua experiência. Elementos como a noção de Falta e a lógica do tempo se entrelaçam com a narrativa, oferecendo ao leitor uma reflexão sobre a condição humana, o papel da linguagem e as estruturas de poder que atravessam a sociedade. 'A Palavra-Humana' não é apenas uma história, é um convite ao leitor para habitar a intersecção entre filosofia, literatura e poesia.