No Vale da Morte, Eu Nos Enterrei

Caí sentado no gramado alto, o terno carcomido e fedendo a álcool e cigarros meia-boca. Desabrocham flores vermelhas à minha volta por onde quer que eu olhe, lírios que me lembram da morte. Deitei.

A grama subia pela minha vista como paredes que me encurralaram, mas pelo menos podia ver os Céus. Longas e demoradas nuvens pintadas como aquarela, com tons alaranjados, amarelados, avermelhados. O azul dava lugar ao rosa e o roxo, e tudo ficou esplendidamente lindo. E o crepúsculo se iniciava.

O contorno de todo aquele mundo material com cores vermelhas e sombras escuras, tudo escurecia rapidamente. A beleza acabou, e eu fechei os olhos. Com lágrimas que foram expurgadas e que rolaram até o solo, dei adeus e uma última oração àquele desejo que eu quis tanto que se tornasse real.

E jazia aqui.