“Baseada na identificação da diferença biológica entre os sexos, a filosofia ocidental justificou, desde sempre, a opressão e exploração das mulheres a partir de um falso princípio, qual seja, o de que as mulheres seriam humanamente inferiores aos homens, portanto incapazes de ter acesso aos mesmos lugares que esses na sociedade. O patriarcado alimenta, então, as religiões, em sua passionalidade, e, também, as ciências, em sua neutralidade, oferecendo sempre as mesmas explicações sobre o lugar e o ser das mulheres na sociedade. Dessa maneira, durante milhares de anos foram sendo reproduzidos argumentos, dogmas e leis que fragilizaram os seus corpos e reprimiram o seu intelecto, reservando-lhes, ainda hoje, na maioria das sociedades, desvantagens econômicas, amorosas e políticas.”