Quando estava dentro daquele bote, Oliver decidiu que odiava o azul. Azul era frio, era salgado, era o cheiro metálico do sangue do capitão do iate e, em seguida, ao de seu pai.
Mas, com o Mirakuru correndo em suas veias, ele voltou a gostar do azul. Porque azul era a cor dos olhos de Sara. Sara, que estava com os braços ao redor dele, sussurrando palavras que ele não conseguia ouvir, mas sabia que eram doces. Sara, que não o odiava por ter destruído a vida dela, mas o agradecia por tê-la tirado das mãos de Anatoly. Sara, que ouviu ele falar sobre Thea por horas - sobre o quanto ele amava sua irmãzinha, sobre como sua mãe e todos ao seu redor queriam que ele deixasse de ser ele mesmo, mas também sobre como seu pai sempre dizia que ele era jovem e deveria dar tempo ao tempo.
E então Sara o beijou, e ele começou a amar o azul. Azul era a cor das cortinas novas que sua mãe havia comprado para a estação. Era a cor dos olhos de Thea, de seu pai, de sua mãe, de Tommy e de Sara. Azul era casa. Azul era os lábios de Sara contra os dele. Era Thea naquele aquário cantando que ele era o melhor irmão do mundo. Era invadir a cozinha com Tommy de madrugada para comer as sobras que Raisa sempre deixava separadas para eles. Era sua mãe beijando suas bochechas e dizendo que o amava e só queria que ele fosse a melhor versão de si mesmo. Era seu pai rindo das suas travessuras e dizendo que ele estaria em apuros se sua mãe descobrisse.
Azul era casa. Azul era sua cor favorita.
Hwang In-ho achou uma nova obsessão. Uma nova jogadora chamou sua atenção a partir do momento que seus olhos se encontraram com os dela.
Mas, será que essa sua nova obsessão atrapalhará o funcionamento dos jogos?
Até onde ele está disposto a ir por ela?