O MAL DO SÉCULO ou MEDIA VITA IN MORTE SUMUS
13 parts Complete Num desses dias frios de outono e pandemia, numa madrugada insone e solitária, vê-se um homem simples sem saber aonde ir para esconder-se de si mesmo. O desespero o toma por completo quando o som estridente do telefone quebra o silêncio. Ligava o hospital para informar que ficara viúvo. Sua mãe e sua filha estavam também internadas, no mesmo local, pelo mesmo motivo. As três mulheres, as três únicas pessoas que amava. Fora-se uma, e quanto tardaria a quem fossem todas? E quanto até que ele próprio perdesse a vontade de viver? Eram perguntas que fazia a si mesmo, e temia conhecer bem demais a resposta.
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Numa jornada muito particular, Augusto, que vive longe das grandes cidades e está desempregado desde o começo destes dias sombrios, tem na fé seu último recurso, mas a perde pouco-a-pouco. Fé em Deus e na humanidade, e em si mesmo. Sua companheira única acaba por ser a peculiar Catedral aonde foi buscar tal fé, bem como o pouco conhecido santo que é dela padroeiro. Na Catedral, um ano antes, ouvira a canção que dá o título a este relato, que se inicia a dizer que: "em meio a vida, estamos na morte". São essas palavras que ele busca, de todas as formas contradizer, mas se vê cada vez mais impotente em relação à sua vida, às suas mulheres e à força para seguir caminhando. Trata-se de um relato de dois ou três dias da vida de um homem simples, o qual, não compreende muito bem as questionamentos que o perseguem, mas nem por isso com elas sofre menos.