No princípio, havia apenas o vazio. Não era apenas a ausência, mas uma presença gélida, uma consciência que se arrastava por eras inomináveis. Silencioso e imutável, o vazio contemplava sua própria existência, um abismo de solidão perpétua. Mas então, como se o próprio infinito suspirasse, uma chama surgiu.
Não era uma luz comum. Ela tremulava com tons lilás e dourado, sua dança silenciosa iluminando o nada. O vazio, atraído pela força que nunca antes conhecera, estendeu-se até ela. Quando a tocou, a chama se dividiu em fragmentos, espalhando-se como sementes através da vastidão. Cada fragmento deu origem a um universo, mundos moldados pela colisão da luz e da escuridão.
Um desses fragmentos criou Astra-Terra, uma terra viva, mas incompreendida. Era mais do que pedra e solo. Sua essência pulsava com a dualidade da luz da chama e a escuridão do vazio. Seus segredos permaneciam enterrados sob séculos de silêncio, atraindo para si as almas inquietas, aqueles destinados a enfrentarem seus mistérios e horrores.
Na superfície dessa terra, caçadores vagavam sob o título de Flagelos da Noite. Eles não eram apenas guerreiros, mas portadores de um destino forjado pela conexão entre a chama lilás e o vazio primordial. Cada um possuía uma história, uma nação, um motivo. E, ao mesmo tempo, carregavam consigo o peso de um juramento: manter o equilíbrio entre luz e escuridão, enquanto enfrentavam criaturas nascidas dos orbs primordiais enviados pelo vazio.
Era uma noite sem lua quando o primeiro orb caiu do céu, rasgando os céus como uma ferida aberta. A cidade de Solthren foi a primeira a testemunhar o impacto. O ar tornou-se pesado com o cheiro de ferro e poeira, e algo emergiu da cratera, algo que não deveria existir. Os Flagelos foram convocados, mas mesmo eles, acostumados ao impossível, hesitaram. Pois, desta vez, o inimigo não era apenas um monstro - era um fragmento do vazio, uma parte do próprio abismo feito carne
Quinze anos se passaram desde a guerra que todos chamaram de: Rebelião dos Renegados. Em meio a toda a comoção, uma nova esperança surgiu: A filha legítima do alfa.
Athena virou o símbolo de poder: filha de um dos alfas mais poderoso e filha da Luna mais forte existente. As expectativas durante toda a sua vida foram altas, todos aguardando ansiosamente para que ela fosse tão excepcional quanto seus pais.
Aos vinte anos, Athena se tornou a dúvida de todos, afinal, como a herdeira mais poderosa poderia não ter uma loba? Em meio as expectativas não alcançadas, Athena é colocada a prova, quando um novo vilão surge. Agora ela terá que se aliar ao cara mais detestável que ela conhece, percebendo que os aliados serão aqueles que menos imaginamos.