Uma Última Missão ⎯ Lizago

Após a missão em Carpazinha - intensa, perturbadora e marcada por perdas que cada um carregaria para sempre - a Equipe "E" tomou uma decisão unânime: Aquela seria a última vez que serviriam à Ordem. As cicatrizes deixadas por tudo o que enfrentaram ainda estavam frescas e profundas demais. Haviam dado tudo de si, e saído de lá com muito menos do que entraram. Era hora de seguir em frente ou ao menos tentar.

Mas o passado não solta tão fácil aqueles que tocaram o véu entre os mundos. Um ano depois, sem aviso, o Senhor Veríssimo apareceu no trabalho de Elizabeth. Não era uma visita, tampouco um pedido formal da Ordem: Havia desespero em seus olhos, nas palavras quase sufocadas por urgência. Ele implorava por ajuda. Crianças órfãs estavam morrendo - uma após a outra - e ninguém conseguia explicar o motivo. Mas o Veríssimo sabia, algo sombrio se movia nas sombras, corroendo a realidade aos poucos. A Membrana estava enfraquecendo novamente.

Relutantes, mas com o senso de responsabilidade que jamais conseguiram enterrar, a Equipe "E" decidiu aceitar um último chamado, mas deixaram claro que ajudariam a descobrir o que estava matando as crianças e ameaçando o equilíbrio entre os mundos, mas, depois disso, sumiriam para sempre dos registros da Ordem.

Com poucas pistas em mãos, iniciaram a investigação. O que encontraram foi ainda mais perturbador do que esperavam: Uma seita esquecida, devota a forças antigas, havia realizado um ritual para invocar uma entidade ancestral. Um ser que não seguia lógica humana, que reagia ao sofrimento com fúria cega. Uma criatura que, quando provocada, direcionava todo o seu ódio à pessoa mais vulnerável por perto, alguém emocionalmente exposto, instável, ou... Fisicamente sensível.

E naquela missão, a mais vulnerável era Elizabeth; ela estava grávida, e aparentemente, a criatura também nutria um ódio visceral por gestantes, como se a vida, em seu estado mais puro e frágil, fosse uma afronta.