Escuro ....
Está muito escuro....
Que alguém a traga um cobertor está congelando...
Sua mente divagava, não sabe onde está o que é esse enorme vazio a sua frente, por que não sente mais a dor e o desespero tomar conta de seu corpo, sua mente lhe atormentando com todas as coisas ruins que tinha feito, todos os erros que cometerá em vida.
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Havia uma grande notícia no palácio: A princesa, a flor de primavera, havia enlouquecido. Após voltar de uma cavalgada pelos bosques, a princesa cairá enferma, sua doença persistindo por semanas, atormentando-a imensamente. A febre lhe queimava tanto que panos molhados na água gelada pouco faziam para acalmar o fogo que lhe consumia de dentro para fora.
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Alicent se aproximou da estranha mulher, sua nova mãe, aquela que deu à luz ao corpo que agora possuía. Com passos lentos se aproximou da enorme cama real, seus pés descalços sobre o tapete felpudo que cobria o quarto, sentou-se rente a mulher, que apesar da doença permanecia com uma beleza quase mística.
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Alicent se encontrava deitada entre os espinhos das rosas, não se importando que esses a cortassem a pele. Conseguia extrair deles um extremo sentimento de conforto, não se sabia se era pela essência remanescente de sua mãe, ou porque usava os espinhos como um lembrete, um lembrete que deveria permanecer como está se quisesse continuar viva.