PAPOULAS

Aos cinco anos, podia sentir meus olhos brilhando ao ver meus pais tão apaixonados. Ao completar dez anos, vibrei feliz ao ver meu irmão mais velho apaixonado por sua primeira namorada. Cresci acreditando em amores reais e paixões avassaladoras, daquelas que fazem o coração acelerar e que deixam as pernas bambas. Ansiei por viver um amor daqueles que dão frio na barriga. E vivi. Acreditei fielmente que encontraria aquele amor que é como um acalento após um dia difícil. E encontrei. Encontrei um amor que acolhe, que com um simples abraço faz qualquer medo se tornar pequeno. Qualquer um que nos olhasse, mesmo que por um instante, saberia o quanto estávamos apaixonados. Mas, isso mudou. Naquela noite, aquela maldita noite, minha vida inteira mudou e a garota feliz que um dia eu fui morreu.