Ele desperta no desconhecido, o tempo ali não segue regras, as sombras sussurram segredos, e rostos esquecidos o observam com olhos vazios. Ele não sabe quem é, nem como chegou a esse lugar onde os vivos não pisam. Apenas sente que algo foi arrancado dele, algo precioso, algo vital.
Guiado por ecos do passado, cruza reinos de névoa e encontra espectros de reis e rainhas, esquecidos pelo tempo, A cada passo fragmentos de memória o levam de volta a um castelo, uma promessa, um amor inesquecível, uma dor que jamais imaginaria sentir.
Mas a verdade não é um presente é uma maldição, Quanto mais se aproxima dela, mais o desconhecido o devora.
A voz que guia esta história é como um sussurro antigo, vindo de algum canto esquecido do tempo. Ele não está ali para consolar, muito menos para julgar. Ele apenas observa. Silencioso, paciente, como quem já viu esse ciclo de dor e reencontros muitas vezes antes.
Esse narrador não é onisciente no sentido clássico - ele sente, mas nem sempre entende. Ele se aproxima dos personagens como quem caminha por um corredor escuro, tateando memórias, verdades escondidas e medos não ditos. Ele conhece o passado, percebe o presente, mas encara o futuro com a mesma incerteza que os próprios personagens.
Ele respeita os silêncios.
Ele observa o que não foi dito.
Ele carrega nas palavras um peso emocional - como se narrar esta história fosse também uma forma de se curar de algo antigo.
Às vezes ele se confunde com os próprios personagens.
Às vezes, parece ser uma versão futura de alguém que viveu tudo aquilo.
E há momentos... em que você vai sentir que ele está falando direto com você.