Niki sempre teve um desejo secreto que nunca teve coragem de admitir em voz alta: sentir Kim Sunoo a rebolar no seu colo. Era uma ideia fixa, uma obsessão silenciosa que crescia todas as vezes em que via o mais velho a mover-se com aquele controlo absoluto dos quadris. Entre apresentações, ensaios, brincadeiras despretensiosas que envolviam dança, eram um lembrete doloroso do que ele nunca poderia ter. Porque aquilo nunca passou de uma fantasia. Um pensamento proibido. Niki nunca cogitou cruzar essa linha. Sunoo era um dos seus melhores amigos, alguém com quem compartilhava risos e momentos genuínos. Mas, ao mesmo tempo, era impossível não reparar na forma como ele dançava, na confiança que exalava ao mover-se, no sorriso afiado que parecia sempre esconder um segredo. O japonês pensava que estava seguro ao manter-se em silêncio. Que ninguém jamais perceberia o seu olhar um pouco mais demorado, o seu corpo sempre tenso quando Sunoo se aproximava demais. Mas ele subestimou o mais velho. Numa festa no dormitório, entre reboladas de quadris e olhares maliciosos, Sunoo percebe o que está a acontecer. Desde cedo reparou no modo como os olhos de Niki o seguiam, como a sua respiração prendia sutilmente sempre que ele se movia de uma forma específica. E, em vez de ignorar, o coreano decidiu testar os limites do mais novo. Foi sutil, no começo. Os seus movimentos até poderiam ser interpretados como inocentes, mas nem a sua cara era de santo. Entre uma dança um pouco mais próxima, um toque que durava um segundo a mais do que o necessário. Até que, num momento de provocação pura, Sunoo simplesmente deslizou para o colo de Niki, com um olhar desafiador e um sorriso quase cruel. "- Vais ficar a encarar-me até quando? - Quem disse que eu estou a olhar para ti? - Tu. O teu olhar está praticamente a queimar a minha pele. - Se eu quisesse olhar, olharia sem disfarçar. - Então olha."All Rights Reserved
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