DISEASE | NOSFERATU

LIZ nunca deveria ter pisado seus pés em Wisburg. Uma cidade tão decadente quanto sua história, oculta sob uma densa névoa de neblina constante e um silêncio inquietante, parecendo presa a um passado sombrio que ninguém ousa mencionar. Um céu tão acinzentado que na maioria parte do tempo não se pode ver a luz do sol. Isso já deveria contar como presságio suficiente para que a aspirante a jornalista reunisse sua bagagem e embarcasse no primeiro navio de volta a sua terra natal. No entanto, ela acredita que há algo enterrado ali, uma história que pode mudar sua carreira. Resistindo aos próprios instintos de autopreservação e aprofundando-se cada vez mais no passado da cidade, Liz percebe que há muito mais do que lendas ou apenas superstições - há algo vivo, algo que a observa.

ESQUECIDO pelo tempo, Conde Orlok vagueia entre sombras e sussurros, arrastando-se sobre as ruínas de uma era enterrada, sobrevivendo como uma relíquia de uma era de terror que o mundo tentou apagar. O velho mundo acabou, seu domínio, sua influência sobre a vida mortal enfraqueceu, tornando sua existência um mero rascunho daquilo que já foi tão imponente no passado. Com a modernidade avançando, sua presença se tornou um eco, um espectro vagando entre o esquecimento e a necessidade de se alimentar. Deparando-se com a jovem recém-chegada, além do cheiro de sangue novo, puro, diferente de todos que passaram por ele nas últimas décadas, até a criatura das sombras pode perceber que ela não se trata apenas de mais uma presa, mas uma conexão com aquilo que ele perdeu há séculos.