𝕮𝖆𝖘𝖆𝖑 𝖗𝖔𝖑ê

Thiago sempre foi cria do morro. Cresceu aprendendo a viver entre o corre, o baile e os desafios que a favela impõe. Manuella, por outro lado, veio do asfalto, acostumada com uma realidade diferente, mas sem nunca ter se prendido a ela. Desde que se conheceram, ele viu nela algo que nunca tinha visto em ninguém: coragem pra atravessar mundos que nunca se cruzavam, disposição pra viver sem medo do que os outros falavam.

Ela era diferente das meninas que ele conhecia. Não era só mais uma presença no baile, mais um rosto bonito na multidão. Manuella tinha fogo nos olhos e um jeito de falar que desmontava até os mais brabos. Não se encantou pelos cordões de ouro nem pelo respeito que Thiago carregava. Se encantou pelo cara por trás da fama, pelo jeito dele de protegê-la até quando dizia que não precisava.

Eles nunca assumiram um rótulo, mas todo mundo sabia: eram um do outro, sem precisar dizer nada. Só que o mundo deles era complicado. O morro e o asfalto eram dois universos que não se misturavam fácil, e a pressão vinha de todos os lados. Os amigos dela achavam que ela tava se envolvendo demais. Os dele diziam que ela nunca ia entender a realidade da favela.

E no meio disso tudo, vinha o medo. Medo de se perderem, medo do destino, medo do que sentiam. Thiago nunca tinha amado ninguém de verdade, nunca quis se amarrar. Mas com Manuella era diferente. Ela não era só mais uma história, ela era a história.

O problema era: até quando o amor conseguiria resistir à diferença de mundos?