20 parts Ongoing Há encontros que acontecem por acaso. Outros, parecem ser obra de um plano cósmico estranho - daqueles que juntam duas pessoas que nunca deveriam ter estado na mesma sala.
Lara e Zé foram um desses casos.
Tudo começou no quinto ano, numa sala de aula com cadeiras riscadas, carteiras bambas e um quadro branco que raramente estava realmente branco. Um espaço comum, numa escola comum. Mas foi ali, entre livros, cadernos e implicâncias diárias, que nasceu uma rivalidade que ninguém ignorava.
Ela era organizada, meticulosa, sempre com tudo sublinhado a cores. Ele era caos em forma de pessoa - falador, imprevisível e sempre com uma piada pronta, mesmo nas piores alturas. Onde um falava, o outro retrucava. Onde um brilhava, o outro fazia questão de brilhar mais alto.
Durante anos, essa competição constante foi combustível para ambos. Tornaram-se especialistas em provocação, mestres em discordar. Eram como dois polos opostos que, por algum motivo, o universo insistia em manter lado a lado.
Mas o tempo tem uma maneira estranha de mudar as coisas. E aquilo que começou como pura rivalidade - o tipo que arranca suspiros dos professores e risos da turma -, com o passar dos anos, transformou-se em algo que nenhum dos dois conseguia explicar.
Esta não é uma história de amor à primeira vista. Nem de amizade imediata. É uma história de provocações, silêncios significativos e pequenas mudanças.
É a história de Lara e Zé.
E tudo começou... com uma carteira vaga ao lado da janela.