15 parts Ongoing MatureDesde o primeiro suspiro, Jeon Jung Kook aprendeu que respirar era um ato de sobrevivência.
Nascido em Busan, seus pulmões nunca foram saudáveis. Ainda no ventre, foram comprometidos por um ambiente tóxico causado pelo uso contínuo de cigarros convencionais e eletrônicos por sua mãe durante a gestação. O diagnóstico chegou antes mesmo de seu nascimento: Malformação Congênita das Vias Aéreas Pulmonares (MCVAP) - uma condição rara, progressiva e incurável, que afetaria sua respiração pelo resto da vida.
Ele nasceu em silêncio. Não havia força para o choro. Foi intubado imediatamente, levado à UTI neonatal e submetido a uma cirurgia precoce. Sobreviveu - à instabilidade, ao medo dos pais, às máquinas que respiravam por ele. Mas cresceu com limites.
Oxigênio diário, nebulizações, fisioterapia respiratória e cuidados constantes definiram sua infância. Seu mundo era pequeno, protegido, silencioso. E ele, naturalmente, tornou-se parte desse silêncio: retraído, introspectivo, com uma ansiedade social que o impedia de interagir com facilidade.
Aos 17 anos, Jung Kook mal conhecia o mundo fora da bolha construída por seus pais. Seu pai, renomado cirurgião cardíaco e agora chefe de cirurgia do Seoul Medical Center, recebeu uma proposta para se mudar com a família para a capital. Para o filho, a mudança não foi apenas geográfica - foi um desencaixe total: novo ambiente, novo ritmo, novas pressões.
Foi então que conheceu Ye Ji.
Ela era sua nova vizinha. Um furacão solar.
Ye Ji era o oposto dele: extrovertida, espontânea, cheia de vida. Cercada por seis amigos inseparáveis - garotos barulhentos, carismáticos e tão vibrantes quanto ela. Todos falavam ao mesmo tempo. Jung Kook queria desaparecer.
Mas Ye Ji não.
Ela falava com ele com leveza, sem pressa, como quem entendia a linguagem dos silêncios.
E entre respirações cuidadosas, olhares demorados e gestos que diziam mais que frases, nasceu algo raro:
Um amor que, ironica