"Quando os véus caírem, até os deuses irão silenciar."
Muito antes do primeiro nome ser escrito nas pedras, o mundo foi moldado por quatro forças selvagens: Fogo, Água, Terra e Ar. Tão poderosas, tão puras, que ameaçavam desfazer a criação com cada encontro.
Para selá-las, surgiram os Quatro Véus - barreiras sagradas, entrelaçadas com a essência da própria existência.
Durante milênios, eles mantiveram o equilíbrio. Mas agora... estão enfraquecendo.
Chamas sem controle. Marés que carregam memórias esquecidas. Tremores que despertam o que dormia.
E ventos que sussurram segredos proibidos.
A lenda diz que, se os quatro véus forem rompidos, Umbraxis, o vazio original, retornará para apagar tudo - história, esperança, luz.
Mas o destino deixou uma última chance:
Quatro herdeiros, marcados pelos elementos, escolhidos não por pureza... mas por serem falhos.
Eles são as rachaduras nos véus.
E talvez, os únicos capazes de reescrevê-los.
🜂 Os Olhos que Não Veem
Há algo de errado com os caminhos.
As ruas já não levam onde deveriam, e alguns retornam de lugares que ninguém lembra de ter existido.
Pessoas falam de fé, mas não lembram no que acreditam. Outras preferem não ver - e talvez estejam certas.
Neste livro, o mundo começa a se curvar sobre si mesmo.
O espaço se confunde, a crença se distorce, e o que era sagrado torna-se um espelho partido.
Alguns chamam de milagre. Outros, de punição.
Mas, para quem ainda enxerga, o perigo é o mesmo: há coisas que só acontecem quando abrimos os olhos.