[EM ANDAMENTO] O Cassino Paradis des Gémeaux, escondido entre as ruas mais luxuosas de Paris, é um templo da decadência disfarçada de elegância. Atrai milionários entediados, políticos corruptos e mafiosos sedentos por poder. É ali, entre o tilintar das taças, a fumaça dos cigarros caros e os sussurros lascivos, que eles apostam não só dinheiro, mas também suas almas.
E eu? Eu estou ali todas as noites, dançando com o corpo, mas com a alma engaiolada. Sirvo bebidas e sorrisos fingidos enquanto segredos sujos deslizam entre cartas marcadas e risadas cheias de arrogância. Há pouco mais de um ano, esse teatro é meu palco. Nunca aceitei esse mundo, ele me enoja. Mas escondo bem. Finjo, seduzo, me movo como eles querem, tudo por algumas gorjetas que me mantenham por mais um dia.
Só que o tempo está se esgotando. Meu visto está prestes a expirar, e a ameaça da deportação me persegue como uma sombra silenciosa.
Foi então que ele chegou.
Park Jimin.
Como um eclipse em meio às luzes do cassino, ele surgiu envolto em uma aura que gritava perigo silencioso. Um terno impecável abraçava seu corpo com precisão cirúrgica, mas era o jeito como ele o vestia - ou melhor, como dominava o ambiente - que me fez parar.
O rubro escuro de seu cabelo caía de forma milimetricamente bagunçada sobre os olhos felinos, marcados por piercings que cintilavam sob as luzes luxuosas. Uma serpente tatuada se enroscava por seu braço e no peito, parcialmente à mostra, havia marcas, sombras e promessas que eu não sabia se queria entender.
Ele não sorriu. Não precisava. O olhar que lançou em minha direção foi o bastante para fazer meu estômago afundar e minha pele se arrepiar.
Aquele homem não era um cliente qualquer.
Ele não pertencia àquele lugar, ele comandava o inferno de dentro dele.
E eu, idiota e faminta por uma chance de escapar, havia acabado de entrar no jogo dele.
Fic hétero (+18) quando houver gatilhos serão avisados no início dos capitul
Park Jimin sempre soube qual caminho deveria seguir. Criado para ser o filho exemplar e com um futuro cuidadosamente planejado por seus pais, ele aprendeu a esconder seus próprios desejos antes mesmo de aprender o significado de um. Seu mundo era feito de regras, caminhos seguros e de sorrisos ensaiados a quais ele seguia com maestria.
Ou pelo menos tentava. Havia algo dentro de si que escapava por entre os dedos. Um anseio que crescia silenciosamente, queimando sob a pele e pulsando em seus olhos sempre que Jeon Jungkook cruzava seu caminho.
Jeon era o oposto de tudo que ele deveria querer:
Despreocupado, insolente, um problema vestido em roupas largas e joelhos ralados do skate, um caos ambulante com o corpo marcado pelos golpes de sua rebeldia.
Jungkook, definitavamente, nunca se prendeu a regras, embora testar a paciência do loiro parecesse ser quase uma. Ele flertava descaradamente, cruzava limites com uma facilidade irritante e colecionava recusas como um troféu, sempre sorrindo como se soubesse de algo que o Park se recusava a admitir.
Jimin odiava o jeito como Jungkook se aproximava demais, quase como se fosse um magnetismo inevitável, odiava a voz rouca e insolente sussurrando provocações que nunca deveriam ser ditas, odiava o olhar afiado que parecia enxergar tudo o que ele tentava esconder. Odiava, principalmente, o fato de que, por mais que tentasse ignorá-lo, seus olhos sempre procuravam aqueles fios bagunçados e olhos apaixonados.
Para Jimin, Jungkook era perigoso...era errado. Ele era exatamente tudo o que deveria evitar.
Já para Jungkook, Jimin - o garoto certinho da vizinhança - era mais do que tudo, absolutamente proibido.
" - Seu cabelo é engraçado... - ele diz.
- O quê?
- Ridículo - ele corrige.
- Ah, é? - Inclino o rosto só um pouco mais perto. -Então por que você não tira as mãos dele?"
JIKOOK | HATERS TO LOVERS | +18.
[REESCRITA].