Henrique Moretti sempre teve três grandes amores: os animais, o trabalho na clínica veterinária e a própria liberdade. Um dos últimos solteiros da família, ele vive na mira da nonna italiana, que sonha em vê-lo no altar antes de qualquer outro plano de vida dele. Romance? Compromisso? Nem pensar, Henrique só quer paz, rotina e zero drama.
Mas sua tranquilidade desmorona quando, pressionado durante uma reunião de família, solta uma mentira desesperada para escapar de um casamento arranjado: ele *já* tem namorada. E, para piorar, inventa um nome. Um nome muito específico.
Gabriela.
A mesma Gabriela que trabalha como sua secretaria, simples, dedicada, um pouco desajeitada, fã de roupas nada discretas e daqueles óculos enormes de nerd. Uma mulher forte, doce, e mãe solteira, que batalha para criar o filho sozinha... e que jamais imaginaria ser envolvida numa confusão dessas.
Agora, Henrique precisa convencer Gabriela a entrar na farsa que ele mesmo criou. Só que, quanto mais tempo passam juntos, mais difícil fica separar verdade de mentira... e manter o coração longe de algo que ele sempre jurou evitar.
Uma humana. Um guerreiro alienígena. Um destino selado pela deusa.
Os Draelith vivem um dilema mortal: suas fêmeas estão desaparecendo. Uma doença misteriosa ceifou gerações, deixando pouquíssimas capazes de gerar filhotes. A cada ciclo, menos nascem. Os filhotes Dren são raros, e a população corre o risco de desaparecer. A ciência, tão avançada, não conseguiu curar a praga. O Conselho buscou alternativas: unir-se a outras espécies. Mas os orgulhosos Thyrrali de Thyrren recusaram; os Nyssari de Nyssara não são geneticamente viáveis. Restou apenas uma opção desprezível: as humanas, frágeis, indefesas, uma espécie considerada escória galáctica.
Mas, para os Draelith, não há escolha. A sobrevivência de seu povo exige sacrifícios.
Em meio ao Conselho Supremo, a decisão foi tomada: testar uma humana. Uma única fêmea, arrancada de seu mundo, será usada para verificar se sua espécie pode gerar filhos fortes. Nenhum desejava ser o primeiro a se unir a uma terrana. Nenhum - exceto Zareth, o chefe dos guerreiros, que se ergueu em lealdade ao seu povo e assumiu o fardo.
Naquela noite, sob o brilho frio das naves prateadas, uma humana solitária seria escolhida.
Para ela, seria o início de um pesadelo.
Para ele, seria o começo de uma guerra contra sua própria essência.