Não sei precisar se foi Sergio Magno que subiu ao poder ou se foi o poder que subiu à cabeça de Magno. Eleito novo governador de Mato Grosso em primeiro turno, sua família tinha o terceiro maior estado brasileiro em extensão territorial sob suas vontades e ambições. E não eram elas poucas ou baratas.
Nascido pobre, cresceu à margem da lei e se casou com Ivone Lacerda nos anos 90, que não era bonita nem feia, mas herdeira de um patrimônio que jamais conseguiria em vida de forma honesta. Com ela, teve um filho, Eduardo Lacerda Magno, e através da monta herdada por ela, financiou sua campanha eleitoral, ditando a nova ordem que regularia a política regional.
Desafetos? Muitos, dos quais a maioria o dinheiro conseguiu apaziguar, inclusive o de seu sogro, Sr. Ernesto Lacerda, dono da Construtora Lacerda, nitidamente a maior beneficiada nos contratos licitatórios realizados pelo Estado desde que seu novo governador assumira o cargo.
E tudo transcorrera bem até que o então novo Procurador aprovado em concurso público e empossado pelo Ministério Público Federal decidiu, ainda que previamente advertido por inúmeros colegas de trabalho e até pelo Delegado da Polícia Federal a não fazê-lo, investigar os atos praticados pelo novo gestor estadual.
Casado com Luana Pinheiro, professora universitária, o dr. Rodrigo Pinheiro nunca gostou de morar em Cuiabá por inúmeros motivos que a cidade carrega consigo, a começar pela morte recente de seu filho mais velho de dois, Diego Pinheiro, estudante abalroado num acidente de trânsito em que o condutor do carro trafegava embriagado e em alta velocidade pela Avenida Fernando Correa da Costa.
O caso, contudo, nunca se desenrolou no Departamento Estadual de Polícia e sequer Inquérito Policial foi instaurado para investigá-lo, gerando forte revolta que o motivou a abandonar a advocacia e ingressar na Procuradoria.