𝑴𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒊𝒏𝒈𝒖𝒆́𝒎 𝒗𝒆𝒋𝒂 - 𝑺𝒖𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏

ᯓ★

Às vezes, Lilly achava que o mundo inteiro era feito de pressa.

Gente que atravessa os corredores com o olhar fixo no chão, os passos rápidos e apressados, como se o que estivesse ao redor fosse apenas um obstáculo para algo mais importante. O burburinho constante, o som frenético de telefones tocando, de conversas que não se escutam, de portas que batem sem ninguém realmente ouvir.

Ela nunca fez barulho.

Nunca quis.

Mas havia algo de extraordinário na quietude que ela carregava. Ela gostava do som leve do ventilador da copa, do cheiro persistente de café antigo, e da tranquilidade das coisas que não exigiam mais do que um olhar atento. Como aquele homem alto e desajeitado que cruzava os corredores todos os dias, com pressa nos pés e um mundo inteiro nos ombros, mas sempre com o olhar voltado para o chão, como se temesse ser visto.

Clark Kent.

Ela só aprenderia seu nome depois, mas o que ele representava naquele momento era algo bem mais silencioso e profundo. Ele não era barulho, não era pressa. Era a calma que ela sentia nas manhãs mais vazias, uma presença que se tornava parte do cenário sem pedir licença.

Ela não sabia por que, mas sempre sentia que ele carregava algo, uma coisa que ele mal deixava transparecer. Algo tão grande, mas que se escondia em uma timidez quase dolorosa. Ela, com sua doçura, tinha uma forma de perceber isso com mais clareza, sem pressa para entender. Porque a calma dela tinha o poder de perceber o que estava além do óbvio.