Para todos os garotos que eu já amei
Morajo nunca foi bom em demonstrar sentimentos. Ele preferia esconder qualquer resquício de vulnerabilidade atrás de respostas secas e uma carranca permanente. Mas o que ninguém sabia (e ele fazia questão de manter em segredo)era que sua cabeça estava sempre cheia de pensamentos e inseguranças que ele jamais teria coragem de colocar para fora.
Especialmente quando se tratava de Linn.
Linn tinha sido seu melhor amigo. Eles faziam tudo juntos, desde inventar códigos secretos no ensino fundamental até passar tardes inteiras jogando videogame. Mas então, no sétimo ano, Linn começou a namorar Amélia. E, como se fosse inevitável, Morajo foi ficando para trás. No começo, tentou fingir que não se importava, que não precisava de Linn. Mas, no fundo, sempre doía.
Agora, no segundo ano do ensino médio, Morajo já havia se convencido de que tudo isso estava no passado. Ele não falava com Linn há anos. Não olhava para ele nos corredores. Não queria saber da vida dele.
Ou pelo menos era isso que ele dizia a si mesmo.
