Enquanto a floresta respirar

Uma distopia mágica onde a verdade é uma arma e um cativeiro.

O Brasil de 2025 nunca se libertou. A ditadura venceu, e com ela veio uma nova era - tecnológica, opressora e cirurgicamente cruel. A magia, antes parte do cotidiano, foi silenciada, corrompida ou exterminada. O que restou se esconde em becos, cavernas e códigos proibidos.

Mas existe um sussurro antigo vindo do barro, das raízes e da carne esquecida. Um nome proibido. Um ser enterrado pela própria família para não ser devorado pelo mundo: Ghottanã Karuara - a entidade da magia, que teve seu olho esquerdo removido de forma visceral, sem saber o que é ser inteiro, mas destinado a tocar as rachaduras do realidade para libertar aqueles que ainda respiram.

Encontrado por uma resistência fragmentada - entre mestiços mágicos, humanos torturados e rebeldes corrompidos pelo tempo - Ghottanã precisa navegar entre verdades rasgadas, amizades eternizadas e memórias partidas. A luz não é tão pura. A escuridão não é tão honesta. E a neutralidade pode ser a pior das máscaras.

Entre selos mágicos do folclore brasileiro, rituais esquecidos e tecnologia de vigilância que sangra concreto, essa história pergunta:
e se o herói fosse um covarde?
e se o vilão fosse só um espelho?
e se os deuses desistissem?

Prepare-se para um mergulho sensorial e simbólico onde cada personagem é uma ferida - aberta, prestes a sangrar.